Clássica música dos geniais Raul Seixas e Paulo Coelho, a
letra da canção trata das diferenças de visões de mundo e conflito de gerações.
Raul dedica esta
canção ao seu irmão Plínio, que, diferente de Raulzito, tomou um rumo mais
“normal” na vida.
Por outro lado, a
concepção da letra teve a importantíssima colaboração de dom Paulete (apelido
dado por Raul a Paulo Coelho), o lendário parceiro do maluco beleza.
Pelo lado de
Paulo, a canção expõe a conturbada relação de amor e sofrimento que o mago teve
com seu velho e imponente pai, o senhor Pedro Queima Coelho.
Na infância,
adolescência e até no início de sua juventude, o velho Pedro não conseguia
entender o universo do seu esquisito filho, chegou a internar o futuro escritor
em uma clínica psiquiátrica com tratamento muitas vezes a base de eletro
choque.
No documentário
Raul- o início, o fim e o meio, Plínio Seixas afirma que tal música fora feita
para ele, e que gosta da mesma.
Na biografia “O
mago”, de Fernando Morais, ele revela que a letra fora feita para o pai de
Paulo Coelho, o senhor Pedro Queima Coelho.
Óbvio que o nome
Pedro fora devido ao parceiro de Raul ter criado o “esqueleto" da letra, mas,
Raulzito colocou elementos e a parte musical para assim também estender a
música ao irmão mais novo, e assim, transformando “Meu amigo Pedro” em uma obra
de arte, pois, um dos pilares da arte é sua plurissignificância.
“Meu amigo Pedro”,
composta nos anos 70, período que Raul e Paulo mergulharam de cabeça na “Lei de
Thelema” , porém, resultou em esta grande composição para a música popular
brasileira e também para o rock and roll brasileiro, ou, como preferia o
baiano, um ye ye ye realista.
MEU AMIGO PEDRO
Música: Raul seixas
Letra: Raul seixas e Paulo Coelho
Lp: Há 10 mil anos atrás
Ano:1973
Muitas vezes, Pedro, você fala
Sempre a se queixar da solidão
Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro
É pena que você não sabe não
Vai pro seu trabalho todo dia
Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro
Pedro, as coisas não são bem assim
Toda vez que eu sinto o paraíso
Ou me queimo torto no inferno
Eu penso em você, meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno
Pedro, onde 'cê vai eu também vou
Pedro, onde 'cê vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Tente me ensinar das tuas coisas
Que a vida é séria e a guerra é dura
Mas se não puder, cale essa boca, Pedro
E deixa eu viver minha loucura
Lembro, Pedro, aqueles velhos dias
Quando os dois pensavam sobre o mundo
Hoje eu te chamo de careta, Pedro
Que você me chama vagabundo
Pedro, onde 'cê vai eu também vou
Pedro, onde 'cê vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
Todos os caminhos são iguais
O que leva à glória ou à perdição
Há tantos caminhos, tantas portas
Mas somente um tem coração
E eu não tenho nada a te dizer
Mas não me critique como eu sou
Cada um de nós é um universo, Pedro
Onde você vai eu também vou
Pedro, onde 'cê vai eu também vou
Pedro, onde 'cê vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou
É que tudo acaba onde começou
Compositores: Paulo Souza / Paulo Coelho De Souza / Raul Seixas
/ Raul Santos Seixas
Letra de Meu amigo pedro © Warner/Chappell Music, Inc